Saturday, February 9, 2008

Foi assim

A madrugada do domingo (3/02) pra segunda foi complicada. Comecei a ter contrações mais ou menos à 1h da manhã. Eram contrações bem espaçadas que, com o tempo, foram ficando mais regulares. Às 3h resolvi contar os intervalos entre uma e outra. Começou com 8 minutos aproximadamente, aumentou pra 10, 12, 15 e eu dormi... já, é claro, sem contração (com contração a gente não consegue dormir...). Acordei na segunda-feira antes das 6h, já com contrações, ou justamente por causa delas. Ainda bem espaçadas mas piorando em dor. Quando as contrações acontecem com intervalo de 10 minutos, é mais fácil, porque você tem tempo pra se recuperar da dor que se sente, muito parecida com uma cólica menstrual, daquelas mais fortes ...
Assim eu fui levando o dia inteiro, com contrações mais fortes, mais fracas mas sem parar até que às 5h04 meu pai resolveu começar a contar os intervalos. Quem conhece meu pai sabe que ele não deixaria por menos e lá foi ele fazer uma planilha (isso mesmo, uma planilha!) com a duração de cada contração e o intervalo entre uma e outra. Esses intervalos variaram muito de 5 minutos até 12 minutos aproximadamente até que foram aumentando de intensidade e diminuindo os espaços de respiro, chegando a 3 minutos entre cada uma. Resisti o quanto pude em casa, não queria ficar muito tempo no hospital, a "idéia" era ficar o mínimo de tempo possível lá. Queria mesmo chegar só mesmo a tempo de ter as últimas contrações pra finalmente ter o bebê. A "porca entortou o rabo" mesmo já eram mais de uma da manhã da segunda (4/02) pea terça, eu não aguentava mais e pedi pra ser levada ao "Birthing Center".
Meus pais pegaram todos os preparativos (malinha do bebê e minha), o Mauro pegou o carro e lá fomos nós... Chegamos ao "Birthing Center" quase 2h30, me levaram pro quarto disponível. As contrações continuavam. Umas 5h fui pra banheira, onde as dores melhoraram muito, mas foi só eu sair pra começar tudo de novo. Mais ou menos às 2h da tarde, eu já tava bem cansada do "stress" que tanta dor tava me dando e, mesmo querendo resistir, procurei saber de algum medicamento que pudesse aliviar essa dor. Não lembro o nome do que tomei (algum injetável), só sei que melhorou, por algum tempo mas tão pouco que, pra mim, quase não fez diferença.
5 da tarde me aplicaram a famosa "epidural", também a meu pedido. Eu não queria tomar remédio, quis durante toda a gravidez ter toda a experiência do parto mas não conseguia, já contavam 24 horas desde que meu pai tinha em casa começado a contar as contrações e 40 horas se fosse contar desde a 1h da manhã da madrugada de domingo pra segunda, quando realmente tudo começou... Eu estava exausta, mas ainda acreditando que os esforços iriam ser compensados pelo parto natural que eu pensava que iria ter.
Antes das 7 da noite, a "midwife" veio novamente medir minha dilatação que, apesar de todos os esforços não havia passado de 5 cm (precisa de 10 cm pro parto realmente "acontecer" e você ser "incentivada" a começar a empurrar o bebê pra fora) e que provavelmente uma cesárea seria indicada. Ela saiu do quarto pra falar com a médica que veio logo em seguida dizendo que realmente era um caso pra cesárea.
Fiquei arrasada. Não queria de jeito nenhum mas ela veio com o argumento que não dava pra recusar: eu já estava com febre correndo algum risco e o bebê também. Diante disso, eu e o Mauro tristes (ele também queria o parto natural, a gente pensou tanto nele...), meus pais já sem aguentar mer ver daquele jeito (podia ver no rosto deles), falei que faria a cesárea. Alguns minutos depois vieram me buscar pra cirurgia. Processo super simples apesar de ter me parecido eterno. Às 7h48 finalmente o Max, menino mais lindo do mundo inteiro nasceu... o resto é história que meu marido lindo e que foi tão fundamental, companheiro, perfeito em cada segundo desse processo todo vem contando pra vocês... Só tenho a agradecer a ele e é claro a presença mais que importante dos meus pais ali. O simples fato deles estarem comigo, minha mãe entendendo exatamente o que eu passava (ela também teve um trabalho de parto difícil quando estava grávida de mim) me deu a força que eu precisava pra resistir até o final, me orgulho disso... Foi assim...
(desculpe o texto, quase desabafo, escrevi rápido, sem pensar muito, só tentando me lembrar do processo inteiro).

4 comments:

Unknown said...

Cara, parabenssss de verdade, preciso dizer que chorei muito quando li seu texto, sei exatamente da sua dor por não ter sido normal, mas sei tbm da sua felicidade, que é simplismente indescritivel não existe lugar nenhum no mundooo, ou coisa, ou sensação que se descreva essa felicidade, aproveite PARABENSSS para todos vocês merecemmmm!!!!
Beijosssssssssssss
Ahhh, por incrivel que parece, o Lucas ficou o tempo todo sem piscar vendo e lendo tuuuuudo,e perguntou se era menino, pq quase não dava para ver o pipi dele, hahahaha, (ficou puto que eu escrevi isso, hahahha de novo) ele está mandando muitos beijos!!!

Anonymous said...

Cintia querida,
primeiro de tudo: parabéns para vc e para o Mauro!! O Max é um menino lindinho e tenho certeza de que crescerá com muita saúde e alegria!!

Sua decepção (e do Mauro) por não ter feito o tão desejado parto natural é absolutamente compreensível. Pelo seu relato, deu para sentir o quanto vcs imaginaram e queriam que as coisas acontecessem de determinada forma. Bom, não foi assim, infelizmente. Mas, também pelo seu texto (pelo qual, aliás, vc não deve se desculpar!!), ficou ainda mais claro o quanto vc lutou até o último minuto para tentar o parto normal do Max. Quero dizer: vc fez tudo e o melhor que pôde, e mesmo assim não rolou (por motivos que certamente nos escapam...). Talvez isso possa te trazer algum conforto: a certeza de fez o possível e o impossível até o momento limite em que começariam os riscos.
Que ótimo que ele nasceu bem e que vc ficou bem depois de tantas horas em trabalho de parto!! Estou imensamente feliz por isso e queria compartilhar minha alegria com vcs!
beijos para os três,
Bel

Anonymous said...

Manis, como sempre você foi forte até o fim. O importante é que você está bem e feliz e o Max está aí da mesma forma para provar isso. O papai também está de parabéns em manter-se sereno nesse momento tão difícil para te passar a tranquilidade necessária.
Beijos grandes nos três.

Anonymous said...

Ci sei exatamente o que você passou só que passei isso em 2 momentos do Arthur 22 hs de dor e veio o parto e da Ju a cesárea que eu tb não queria de jeito nenhum.
Vc foi o máximo, vi na sua primeira foto o qto vc estava abatida. O importante é que vc tentou até o fim e ele veio com saude.
A Juliana tem acompanhado o blog comigo e sempre te manda um beijo e eu esqueço de escrever.
Sejam muuuito felizes! Beijos a todos. Quero mais foto com a Tia, fala pro Tio largar o Max para ela de vez em quando....
Mil beijos!!!