Friday, November 28, 2008

Mulher fêmea, sim senhor

"Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra"
(Rita Lee em "Mutante")

Música/hino da minha adolescência que eu achava a minha cara. Ainda é. Até que você tem filho e muda tudo.
Ele prefere o colo do pai e você ri. Ri. Acha até que ele tá certo. Nada que ele faz/pensa pode estar errado, é passível de crítica. Eu também ia querer ficar no colo dele, penso. Um homão, com um braço bom de deitar, que não me lambuza de beijo (apesar que essa parte eu bem gosto), me joga literalmente pra cima. E aqueles segundos, meu corpo flutuando no ar, são os mais divertidos, incríveis, engraçados da minha existência.
A tal "rejeição" dá espaço pra outro sentimento. O filho que gosta do colo do pai é um elogio à sua escolha. É a confirmação do seu instinto mais básico, de fêmea. Seus hormônios não te enganam. Sou boa nisso. Você é melhor porque seu filho gosta mais do pai.
Você é mãe melhor, mulher melhor. Se seu filho gosta do pai é porque você sabe, com seus dons naturais, atrair o macho certo. Se ele gosta do colo do pai é porque você é uma mulher que o macho certo quer.
É nitroglicerina pura pra auto estima. Seu filho te rejeita e você se acha o máximo. Filho faz dessas coisas. Tô até com medo do segundo. Se ele amar o pai, do mesmo jeito que o Max, vou ter que rapidamente fazer uma fantasia pra mim. Não é o que todo super herói faz? E, do jeito que eu estou, ninguém me segura. Não é um objeto qualquer, uma mera máquina de costura (nunca antes manejada, diga-se), que vai me inibir.
Filho faz dessas coisas.

Thursday, November 27, 2008

what am I thankful for...

... a gente traduz o "thanksgiving day" como "dia de ação de graças" - é mais fácil, e funciona. Mas na verdade, thanksgiving é um feriado não-religioso, e exclusivo dos estados unidos. Em 1620, aproximadamente 102 peregrinos atravessaram o atlântico - uma jornada que levou pouco mais de dois (terríveis) meses - eles tiveram que viajar no compartimento de carga por causa das condições do tempo que tornava impossível ficar no deck do mayflower (a embarcação que usaram). No dia 11 de dezembro de 1620, depois de 66 dias, eles chegaram na plymouth rock. O inverno foi rigoroso, e 46 dos peregrinos morreram por causa disso. Na primavera de 1621, um indio nativo chamado Squanto ensinou os peregrinos como plantar para sobreviver. No verão do mesmo ano, os peregrinos fizeram uma sessão de jejum pedindo a Deus que ajudasse com a colheita, pois a seca severa poderia matar a plantaçao. No final do dia, choveu muito, o que salvou a colheita.
Diz-se que os indios ensinaram os peregrinos a plantar milho, feijão e abóboras, o que permitiu que todos sobrevivessem. No outono desse ano, os peregrinos deram uma festa onde 90 pessoas foram convidadas, incluindo os índios - a finalidade da festa era agradecer Deus por sua generosidade. Essa festa foi chamada de "festa de agradecer" (thanksgiving feast). A festa durou 3 dias. Só aconteceu de novo dois anos depois (pelo mesmo motivo) e só se tornou oficial quando Lincoln em 1863 proclamou a última quinta de novembro como thanksgiving day. A traduçao de "feast" (que eu coloquei como "festa") significa "encontro ou acontecimento onde se come fartamente".

Hoje a gente comeu turkey e purê de batatas, e pra começar a tradição do Max, dissemos ao que somos gratos antes de comer. Sou grato por minha mulher, meus filhos, minha família, os cães de rapina que vivem aqui em casa, nossa casa.

Um videozinho de max enquanto a mãe fazia comida...


Monday, November 24, 2008

.. ai que vergonha...

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segunda-feira...


Uma mulher foi levada às pressas para o CTI de um hospital. Lá chegando, teve a chamada 'quase morte', que é uma situação pré-coma. Neste estado, encontrou-se com Deus
- Que é isso? - perguntou ao Criador - Eu morri?
Não, pelos meus cálculos, você morrerá daqui a 43 anos, 8 meses, 11 dias e 16 horas - respondeu o Eterno.
Ao voltar a si, refletindo o quanto tempo ainda tinha de vida, resolveu ficar ali mesmo naquele hospital e fez uma lipospiração, uma plástica de restauração dos seios, plástica no rosto, correção no nariz, na barriga, tirou todos os excessos, as ruguinhas e tudo mais que podia mexer para ficar linda e jovial.
Após alguns dias de sua alta médica, ao atravessar a rua, veio um veículo em alta velocidade e a atropelou, matando-a na hora. Ao encontrar-se de novo com Deus, ela perguntou irritada:
- Puxa, Senhor, você me disse que eu tinha mais 43 anos de vida. Por que morri depois de toda aquela
despesa com cirurgias plásticas?
Deus aproximou-se bem dela e, olhando-a diretamente nos olhos, respondeu:
- MENINA! NÃO TE RECONHECI !!!!!!

Friday, November 21, 2008

versão francesa do Gabriel, filho da Marina

... a gente sempre brinca que o Max vai ser igual o Gabriel - que fala pelos cotovelos, e sempre (ou quase sempre) com tiradas geniais, não só falar por falar. Senhoras e Senhores, apresento a voces, Capucine - a versão francesa do brasileiro Gabriel e do ameribrasileiro (redneck de sunga) Max:


Once upon a time... from Capucha on Vimeo.

Thursday, November 20, 2008

Hoje foi assim

Passamos praticamente o dia todo fora de casa. Logo cedo fomos pro dentista, consulta do Mauro. Enquanto ele ficava lá na cadeira, de bocão aberto, nós dois aproveitávamos a recepção vazia pra brincar e tirar foto juntos que eu adoro.
Do dentista, fomos tomar café da manhã, depois pro "Lowes" de Oneonta (trocar uma compra) e pra consulta dos 9 meses do Max. Ele tá ótimo, foi super elogiado pela pediatra, segue a linha de crescimento e peso perfeitamente. No final, pra acabar com o coração do pai e da mãe, ele tomou uma injeção contra gripe. O que dá mais dó é o pouco que ele chora. Dura praticamente a picada, é sentido mas tão rápido que dá vontade de falar que ele pode chorar mais, muito mais, que a gente vai entender. Eu quase dou uma forçada, um incentivo para que ele sofra mais do que ele realmente está. Pode? E viva a neurose.




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Shukran


Gravidez me dá fome e, claro, não escapo dos desejos. Assim como aconteceu na gravidez do Max, desse pequeno aqui, também me deu muita vontade de esfilha. O marido que fez (quem acompanha o blog deve lembrar) no ano passado, quando eu pedi. Dessa vez eu mesma me aventurei pelas arte culinária árabe. Sabia que o Mauro ia gostar. Preparei a massa que ficou muito gostosa, super levinha (minha mãe que gosta de massa crua, como eu, iria adorar). Fiz recheio de carne moída com cebola e tomate. Assei. Eu achei que ficou ótimo, marido também.
Ah! e o shukran do título é a única palavra árabe que eu sei, significa obrigado. Fui no google pra procurar se escrevia com "s" ou "c", achei as duas grafias. Escolhi a que eu achei que tinha mais cara de "árabe".

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Manias de Max

A nova mania do Max é franzir o nariz. Consegui captar quatro momentos. É tão bonitinho!

Um minuto antes de atacar a revista, ele literalmente "come" papel



Um minuto depois dele ter conseguido "comer" parte da capa e primeiras páginas da revista "Parents"... não sei se é a favorita mas ele gosta muito do sabor dessa.

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Tuesday, November 18, 2008

treinando pra chegada do novo baby


"... eu sempre presto muita atenção em tudo... sou assim desde que nasci... e nessas "prestadas", eu reparei que só tem UM BERCINHO nesta casa... e a mãe fica falando de neném pequeno que tá na barriga... então, resolvi praticar a divisão do berço: se eu ficar bem neste cantinho aqui (longe da luzinha vermelha) cabe mais minha irmã ou meu irmão (ou um de cada, se vierem dois) e tudo tranquilo!! Eu sou bem legal mesmo, né?" Max

... pra quem não entendeu, essa foto foi tirada da TV, que mostra o berço do Max no canal de vídeo - invasão de privacidade, a gente sabe, mas whatever, sue us - enfim, eu mudei a camera de angulo pois ele estava tão no canto, que a gente nao conseguia ver - ainda tem berço de sobra pra "baixo" da camera (imagem). Ele está de atravessado no berço - insiste em dormir assim, a gente vira ele de volta, meia hora depois ele está atravessado no berço de novo. É um sapinho cururu mesmo, esse moleque...

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Sunday, November 16, 2008

Tá servido?




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pra deixar o Itaiguara orgulhoso...


bom, nem tanto - orgulhoso mesmo ele ficaria se eu deletasse tudo e deixasse o hard drive zerado - mas isto é a segunda melhor coisa pra deixar o itaiguara orgulhoso: meu laptop veio com um hard drive considerável de tamanho: 160 gigabytes, num drive da seagate de 5400 rpm (o maior hard drive que eu podia comprar pra laptop quando ele veio). Mas com a chegada do max, não há gigabyte que aguente! E pra não começar a deletar fotos aqui e alí (isso com dois hard drives externos, um de 120 gig, outro de 400 gig) eu resolvi colocar um hard drive novo. Comprei um de 320 gig, 7200 rpm e um buffer maior que o que eu tinha por 80 dólares - a mesma marca e modelo, capacidade e velocidade diferentes. Com um software de clonagem eu copiei o hard drive todo, incluindo sistema operacional e backup, coloquei o drive novo na bay, e como dizem os franceses, "voar lá!" - funciona! E agora tem mais um mooooonte de espaço pra video e foto do max...

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Saturday, November 15, 2008

Sim, eu tenho certeza que ele faz pose




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De cabelo em pé


Sempre achei engraçado o cabelo do meu pai. O da Priscila é igual, acorda todo pra cima. Tal pai, tal filha. Agora tal neto também. O Max acordou assim hoje com o cabelo todo pra cima.


tomando o suquinho de "cantaloupe" (melão) que ele adora.

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Wednesday, November 12, 2008

pretty in red...


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uma ajudinha...

... como a gente ainda está reformando aqui, e decidindo onde vamos ficar (provavelmente vai ser no primeiro andar, apartamento de trás - assim temos acesso ao basement e ao quintal/estacionamento) nada é muito "arrumado". A mesma coisa se aplica aos móveis. Na parte onde virou o playground do max, não tem nada - só a estante da TV, que a cintia morre de medo de cair em cima dele se ele tentar se pendurar ali. (não cai, tenho certeza - mas eu confirmar isso não deixa ela menos preocupada) - então resolvi o dilemma por enquanto: peguei um 2x4 de 8 pés de comprimento (um pouco menos de 3 dólares no homedepot, pra desespero do Afonsinho), e usando o meu beloved router, fiz a madeira de corte retangular virar um "L" com as arestas todas arredondadinhas - e só pra ter certeza que não teria como machucar, lixei muito, e passei uma base que "compacta" a madeira (pra evitar farpas) - e pintei de vermelho, que é a cor favorita do Max por enquanto (o que quer dizer, a cor que chama mais a atenção dele) - foi só colocar, pra ele começar a gritar de alegria, muuuuito engraçado. E sem muito incentivo nosso, ele já foi agarrando no "corrimão de bebê", e se levantando. Vou achar um espelho inquebrável (plástico) e colocar pra cima do corrimão - ele AMA se olhar no espelho. Um lindo, não?

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Monday, November 10, 2008

Boa noite


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É canja de galinha!


Ficou pronta agorinha, já experimentei e tá bem gostosa. Mãe, não vejo a hora de você vir pra poder provar meus "quitutes"... :)
Já tava na hora, né?
A canja foi bem de improviso. Tinha 3 coxas de galinha, sem osso, que ontem tinha temperado com alho e sal pra decidir hoje o que faria com elas. Tá friozinho e fiquei com vontade de tomar uma canja. Coloquei as coxas na panela de pressão com dois cubinhos de caldo de galinha e cobri com água. Depois de 20 minutos tirei da panela e desfiei. Reservei o caldo. Fiz um refogado de cebola, tomate sem pele nem semente e cenoura (não gosto de cenoura cozida, nunca gostei... mas grávida tem dessas coisas e me deu a maior vontade). Refoguei por cinco minutos, juntei o frango, refoguei um pouco mais. Daí foi só colocar o caldo nessa panela de refogados, juntar um pouco mais de meia xícara de arroz, muuuuita salsinha (comida sem salsinha pra mim não é comida) e cozinhar. 30 minutos e taí. A foto não tá das melhores, mas o sabor tá ótimo.

Friday, November 7, 2008

the times, they are a-changing...

... eu acho que faz uns 27 anos quando eu li isso, misturado com um monte de outras coisas de Goëthe (acabei de ver de novo em um vídeo que Itaiguara me mandou):
"... none are more hopelessly enslaved than those who falsely believe they are free..."

"... ninguém é mais escravizado de forma tão desesperançosa
do que aqueles que falsamente acreditam que são livres..."

Thursday, November 6, 2008

genial!

Wednesday, November 5, 2008

Vitória do Obama

A notícia me foi dada hoje de manhã, pelo marido insone que antes tentou me pregar uma peça, dizendo que McCain havia vencido. O estômago gelou mas a intuição dizia que era brincadeira do Mauro. Seria um desastre para a credibilidade das instituições de pesquisa, das análises de cientistas políticos.
Mas Obama venceu e, hoje, é daqueles dias que a gente sempre vai se lembrar onde/com quem/como estava. Liguei a televisão já sabendo o que me esperava: lágrimas, muitas. Foi emocionante ver o discurso (ainda não vi inteiro) tanto do Obama quanto do candidato derrotado, McCain que falou em apoio ao novo presidente (lamentavelmente foi vaiado várias vezes pelos republicanos, os democratas que também assistiram ao discurso, o aplaudiram).
Agora começa um sem número de exercício de futurologia. Como será o governo Obama? A mim terem elegido o melhor é, por si só, suficiente pra comemoração. McCain é visto como um homem íntegro por aqui, bem quisto pelos democratas inclusive. Mas Obama, além de toda simbologia que ele carrega, é definitivamente o mais preparado. Um homem não chega à presidência da maior potência mundial, em 8 anos (ele iniciou sua carreira política como senador de Illinois, em 2000), sem muita força de vontade, um objetivo definido, capacidade de trabalho e organização de seus pares - qualidades bem-vindas a um presidente.
Pro povo americano, um feito. Com a eleição de Obama se livram (muito) do ranço que 8 anos de (des) governo Bush trouxeram pro país não só interna mas ainda mais externamente. O país ganha com a eleição de Obama o que pode "facilitar" a administração dele. Só o tempo dirá.
Por enquanto, muitos vivas pra ele: Barack Obama o novo presidente dos EUA.

carta do novo baby, por Paulo Cesar

Paulo escreveu isto como se fosse uma carta/bio escrita pelo nosso baby, no seu aniversário de 100 anos, 2109. Ele mandou ontem cedo, e deixou o nome do presidente em branco - eu mudei para Obama. "from your lips to God's ears, paulo!"

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"Nasci no final da primeira década do século XXI, no ano de 2009, nos Estados Unidos da América, num período conturbado no mundo todo, quando no ano anterior estourou a última grande crise econômica.

Engraçado pensar que justo no momento em que o mundo todo estava vivendo as agruras de uma grave crise econômica, meus pais faziam amor e me concebiam.

Foi no ano em que eu nasci que tomou posse Barack Obama , o 44º presidente americano e que tudo começou a mudar para melhor, tanto no país em que eu nasci quanto no mundo.

Pois é, como diziam os antigos, depois da tempestade veio a bonança.

Desde então, o mundo todo vive seu longo período de prosperidade que perdura até hoje (e parece não ter fim), quando completo 100 anos e disfarço não saber que minha esposa, filhos, netos, bisnetos, sobrinhos, sobrinhos netos e meu querido irmão Max preparam uma festa surpresa para mim. É engraçado também fazer 100 anos e não ter vivido uma crise econômica, não saber o que é violência, guerra ou desigualdade social, a não ser pelos livros de história. É também inconcebível imaginar que o mundo era dividido em categorias - primeiro, terceiro... Ainda bem que meus pais puderam desfrutar um bom tempo desta paz mundial que eles tanto almejavam... "


Será?

Que seja.


Bjs,

Paulo Cesar


(paulo, sogro, cláudia, no casamento em sampa)

now what? (e agora?)


... e seja feita a vontade da maioria. E assim foi. E correndo o risco de ser apedrejado (e me importando zero com isso): essa foi a parte fácil. O pior vem agora. Porque "ganhar o jogo" é fácil. E o pior de tudo é que tem muito americano que quase vê isso como um jogo: democrata X republicano é flaXflu, corinthiansXsão paulo - eu quero que ganhe o "meu time" - sem perceber que embora exista, claro, o prazer em ver o seu "time" ganhar, a comparação acaba aí, no "ganhar". O seu time ganha, e não precisa fazer mais nada: ganhar era o objetivo, o final, o título. Quando o seu time está concorrendo pra presidência de um país de tamanha importância global, ganhar é só o meio - o fim é outro. E embora as pessoas digam: "é claro, eu sei disso!" quando se levanta essa "questão", eu acho que só agora é que vai cair a ficha. Que o que importa não é o teu time: é quem vai segurar esse troféu lá em cima da cabeça, o tempo todo, por quatro anos, e não colocar o troféu na prateleira e sair pra comer pizza por, well, quatro anos.
"mas, mauro, voce acha então que o Obama não é um bom candidato, e não vai ser um bom presidente?" - nada disso. Acho que ele pode ser excelente. E acima de tudo, espero que ele seja. Assim como acho que McCain também pode ser excelente - eu não simpatizo com o "time" dele, mas acho que ele é confiável. O que é 90% do que faz um presidente, if you ask me. Acho que McCain seria eleito se ele fosse o candidato Democrata. E ainda acho que ele seria eleito mesmo que concorrendo contra Obama, se ele fosse Democrata e Obama republicano. Oh, shut up! É o que eu acho, e pronto. É sabido que as pessoas votaram no Obama (é cool votar nele - todo teenager votou) e contra os republicanos (ou seja, McCain). Muita gente que votaria em McCain está tão desapontado com o governo Bush, que a associação à ele (por mais que McCain tenha tentado manter distância) foi uma sentença de morte.
Mas deixa eu me conter um pouco, pois não estou aqui pra falar do que poderia ser, e sim do que é. Pra deixar bem claro, eu queria que Obama ganhasse. Meus motivos são diferentes da grande maioria, e embora grande parte desses motivos não venha ao caso aqui, o principal é o seguinte: o povo americano está desanimado, quase deprimido com a situação atual. E precisa de esperanças, de "change". Essa mudança pode não acontecer (mesmo com Obama no poder) mas a "esperança" de mudança vai injetar um ânimo necessário em todos. É meio o lance da banda, que tocava na janela da moça feia, que achava que a banda tocava pra ela. Obama é a "banda". Essa é a parte boa.
Infelizmente, tem a parte ruim. E é bem ruim. A parte que fez com que o Al Gore se recusasse a ser candidato. O ruim é que essa crise não tem solução imediata - se tiver solução, já é ótimo. Mas solução imediata, em 4 ou 8 anos, não tem, não existe. Mas ninguém vai querer saber disso. O "messiah" foi eleito, e ele vai nos "guiar até o caminho prometido". (yeah, yeah, as pessoas são ingênuas desse jeito sim). Eu não acho que um presidente branco é melhor ou pior que um negro, latino, etc. Não acho que deva importar. As pessoas se esquecem rapidamente que um advogado negro foi eleito como prefeito da cidade de NY (Mayor Dinkins) - o ultimo democrata a ser prefeito de NYC (de 90 a 93) - quase que baseado na cor da pele, e não capacidade. "Estava na hora de NYC ter um prefeito negro". E que durante os 4 anos como prefeito, ele fez uma bagunça atrás da outra. O mandato de Dinkins foi tão ruim, que caiu no esquecimento (e fez com que uma cidade de maioria gritante democrata tenha eleito republicanos pra prefeito de 93 até agora, 15 anos depois) - porque o candidato certo para o cargo é o melhor candidato, não o mais escuro, mais claro, o mais politicamente correto.
O que eu quero dizer com isso? Que eu acho que ser negro pode prejudicar a presidencia de Obama - assim como ser "verde" fez com que a candidatura de Al Gore se tornasse impossível. É assim: se McCain (ou um obama branco) ganhasse, existiria a esperança de um novo presidente, e só. Ninguém ia ficar em cima, olhando pra tudo o que ele fizer, esperando que algo dê muito errado (pra meter o pau com os "eu falei, nao falei?"s), ou esperando uma solução mágica (que, convenhamos, não existe). E assim, o cara poderia respirar, e tentar fazer o que ele tem que fazer, que é trabalhar - duro - pra reverter essa situação. Quem acredita que ele (ou qualquer presidente) pode consertar tudo da noite pro dia, acredita também em ataque súbito do coração (que no fundo não passa de um ataque que foi sendo criado por anos de abuso e mal-tratos: ninguem tem um coração perfeitamente saudável que "subitamente" para de funcionar). Isso vai levar tempo, coragem, trabalho, e muito ovo na cara. Al Gore sabe que a crise de energia global não tem solução fácil, nem rápida. Que o aquecimento global não pode nem ser provado, nem desprovado. E que ele tinha uma chance fora do comum de ser eleito - c'mon, o cara ganhou o prêmio Nobel da Paz por ter feito um programinha legal de powerpoint! Ele tinha a presidência garantida - até antes disso ele já tinha sido eleito no voto popular pra presidencia, imagina agora. Mas ele sabe que aí, teria que "resolver" o problema que ele mostrou no powerpoint dele, e esse problema nao tem solução assim. Então, melhor ficar com a fama de ser o que "poderia". É assim que eu vejo o Tancredo Neves (e a esposa vai me matar por isso) - mas ele era mais um que tinha um apoio da "juventude", e todo mundo esperava TUDO dele. A solução do Brasil! Que, claro, ele não seria. Ninguém é, não existe um homem ou uma mulher que seja. A solução é um trabalho comprido, coerente, e em conjunto com um monte de pessoas. E passa a ser o problema, pois no Brasil pouca gente entende o que significa trabalho em equipe. Ou resultado a longo prazo - "pra que? pra outro presidente levar o crédito? ah, não, isso nao re-elege ninguem!". Entrou o Lula - que eu desgosto, mas que até eu acreditei um pouco que seria a "solução". Sopros de pureza juvenil me fizeram acreditar. Eu sabia que ele ia entrar matando a pau. E não foi nada disso. No caso dele, nem pelos motivos que eu estou falando aqui sobre o Obama - foi por sofrer do problema que muito politico sofre no mundo (e que praticamente todos no Brasil): o que se diz em campanha serve só pra ser eleito, não pra governar.
Voltando ao Obama, essa expectativa enorme pode criar um problema desnecessário durante o governo: a crença de que "um novo tempo está aí", e que agora tudo vai se resolver. E ao invés de deixar o cara governar em "paz", pra resolver o que der dos problemas mais imediatos e fazer a cama pra resolver os problemas de médio e longo prazo, vão ficar em cima dele, esperando a "mágica" acontecer... Eu espero estar (muito) errado - mas acima de tudo, espero que ele já tenha pensado (muito) nisso tudo, e já esteja mais que preparado pra bomba que vai pegar nas mãos...
O Paulo, marido da Cláudia (amigos da cintia-nossos) escreveu um texto maravilhoso, genial até, que eu ia colocar no final deste post - mas ficou tão ridiculamente comprido (o post) que eu não acho que alguem esteja mais lendo isso - então vou colocar num post separado...

Tuesday, November 4, 2008

É hoje!

Monday, November 3, 2008

SURPRESA!

Faço parte das casadas que têm um marido atento. Não que todo bom marido seja atento, mas que todo marido atento é bom, isso é mesmo. Se geralmente as minhas vontades são levadas a sério, grávida então, o marido não descansa até achar um jeito de me ver feliz. Foi o que aconteceu hoje. Logo cedo, anunciou que iríamos jantar fora e que era pra eu arrumar a "diaper bag" do Max pra uma estada fora de casa mais longa. Do dentista, marcado para às 13h30, iríamos pro restaurante. Achei meio estranho, por mais que houvesse algum atraso, jantar, depois da consulta, parecia um exagero.
Mas deixei isso pra lá. Minha principal preocupação, claro, era o Max. O ritual de banho dele, começa às 19h e nem eu nem o Mauro, gostamos de atrasar essa rotina. Banho/mamá/cama. Mas marido já tinha pensado em tudo. O restaurante, segundo ele, um italiano super bem recomendado, fica distante 1 hora de casa, como abre às 17h, temos tempo de comer e voltar a tempo da rotina do Max. Perfeito. Do dentista fomos pro restaurante.
Pra minha primeira surpresa, o restaurante fica num hotel/cassino, na cidade de Verona. Um lugar extremamente brega (como todo bom cassino tem que ser) mas que conserva um certo charme decadente com seus carpetes geométricos coloridos misturados com quadros clássicos e meia luz. Bem interessante. O restaurante, propriamente, fica no segundo andar. Quando chegamos o nome do restaurante gritava: "Rodizio". Claro que, pensando ser um italiano, li "Rogigio" e nesse milésimo de segundo, mais pra baixo, um quadro informava a comida: "Brazilian steak" e blablabla. Só aí caiu a ficha. O marido achou um restaurante pra eu comer a minha tão sonhada feijoada.
Infelizmente, a tal feijoada, servida no "salad bar" não era nada do esperado e se resumia a um monte de pedacinhos de carne de porco com feijão preto. Meu pai diria, com razão, que trata-se de uma feijoada muito "higiênica". Deixou muito a desejar pro meu paladar feijoada-povão que tem orelha, pé e, de preferência, rabo. Em compensação, o "rodízio" que dá nome ao restaurante, estava excelente e a carne de porco que eu comi supriu com grau de satisfação mil a minha vontade de feijoada que, na verdade, acho que era mesmo um desejo incontrolável por carne, de porco claro.
Uma surpresa deliciosa, que rendeu muitas risadas. O Max, pra variar, virou atração do lugar. Com 9 meses (ainda incompletos), ele já fica no cadeirão, todo proza, "comendo" canudo, brincando com nosso guardanapo, sempre muito na boa. Sem reclamar de nada.
Obrigada pela surpresa marido, você é o melhor!


Na entrada do hotel, atrás fica um café, bem charmoso

Um velhinho deu esse pirulito de presente pro Max e depois ofereceu pra tirar uma foto nossa. Oferta, pra mim, irrecusável...

Já no restaurante, se divertindo com um canudo

Não pode ver uma câmera que já faz pose

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