Friday, November 28, 2008

Mulher fêmea, sim senhor

"Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra"
(Rita Lee em "Mutante")

Música/hino da minha adolescência que eu achava a minha cara. Ainda é. Até que você tem filho e muda tudo.
Ele prefere o colo do pai e você ri. Ri. Acha até que ele tá certo. Nada que ele faz/pensa pode estar errado, é passível de crítica. Eu também ia querer ficar no colo dele, penso. Um homão, com um braço bom de deitar, que não me lambuza de beijo (apesar que essa parte eu bem gosto), me joga literalmente pra cima. E aqueles segundos, meu corpo flutuando no ar, são os mais divertidos, incríveis, engraçados da minha existência.
A tal "rejeição" dá espaço pra outro sentimento. O filho que gosta do colo do pai é um elogio à sua escolha. É a confirmação do seu instinto mais básico, de fêmea. Seus hormônios não te enganam. Sou boa nisso. Você é melhor porque seu filho gosta mais do pai.
Você é mãe melhor, mulher melhor. Se seu filho gosta do pai é porque você sabe, com seus dons naturais, atrair o macho certo. Se ele gosta do colo do pai é porque você é uma mulher que o macho certo quer.
É nitroglicerina pura pra auto estima. Seu filho te rejeita e você se acha o máximo. Filho faz dessas coisas. Tô até com medo do segundo. Se ele amar o pai, do mesmo jeito que o Max, vou ter que rapidamente fazer uma fantasia pra mim. Não é o que todo super herói faz? E, do jeito que eu estou, ninguém me segura. Não é um objeto qualquer, uma mera máquina de costura (nunca antes manejada, diga-se), que vai me inibir.
Filho faz dessas coisas.

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