Saturday, October 6, 2007

C.P.C.A.

ontem foi dia de Outback... meio que recompensa por trabalhos forçados, I guess. Nem tanto. Mas foi. Acontece que a gente esquece que estamos longe da "cidade que nunca dorme" (e até lá em NYC as coisas não ficam abertas tão tarde da noite como em sampa, mas isso já é outro assunto) - enfim, corremos pra pegar o restaurante aberto, que fica a 30 milhas daqui - por causa das estradinhas, uns 45 minutos, por mais que eu tente andar a 65 milhas/hora. Me armei de detetor de radar e GPS, e mesmo assim, não deu. Tudo bem, fomos no restaurante do lado, o "Chicago's Pizza UNO", e trocamos seis por meia duzia. Na ida, vimos um gambá atravessando a estrada - Cintia fica ainda muito encanada com o que o pessoal aqui chama de "roadkill": animais que morrem atravessando a estrada, principalmente no meio da noite - desde gambás (esses a gente sabe de longe, eles soltam tudo o que podem no ar ao serem atropelados, e fede meeeesmo!) até guaxinins e veados (os animais mesmo) - enfim, ela deu um grito (contido), eu diminui, o gambá passou, e se enfiou no mato...


Cintia: "que lindinho, todo pequenininho, um fofo!"




Mauro: (pensando) "please, deus, nao deixa ela querer levar o gambá pra casa"




Gambá: pessoalzinho chato, fica se meteno no que eu faço! (meteno mesmo, eles são caipiras)


Um pouco depois, alguns veados atravessaram a estrada, os olhos vermelhos pelo farol iluminando o escuro, a cintia viu um pouco atrasado, mas viu... "que lindooooosss!!!" (eu rezando ainda...)
Até aí, tudo bem. Fomos, comemos, voltamos... na volta, mais relaxados, levamos quase uma hora pra chegar em casa, dirigindo na boa... na estradinha mais perto de casa - uma com até menos movimento (se é que dá pra imaginar isso), o realmente inesperado: um veado deitado na estrada, na nossa pista. Chegamos perto, e ele nada - contornei o bichinho, e continuei. Confesso que nao diminuí muito a marcha: achei que já tinha sido atropelado e estava morto, ou quase - não queria que a cintia visse muito, contornei, continuei... mas não adiantou.

CINTIA: "a gente tem que tirar ele de lá, ele vai ser atropelado, volta, volta, volta!"
MAURO: "mas já foi atropelado, baby. Se nem se mexeu quando a gente passou por perto, é que está nas últimas!"
CINTIA: "mas volta, volta, volta... a gente leva num veterinario!"
MAURO: "..."
CINTIA: "volta, volta, volta!!"

Voltei. Sem muitas esperanças, mas antes o veado sofrendo que eu. Chegamos bem do lado - parei, abri a janela. Buzinei. Fechei um pouco a janela (eles são grandes e muito medrosos, geralmente reagindo quando se sentem acuados sem muita finesse - acho que são veados por isso, não por serem finos, mas por morrerem de medo - dizem que na maioria das vezes, eles morrem de ataque cardiaco por terem sido atropelados, e não pelo impacto - eles tem medo mesmo!) - enfim, ele olhou, olhou, sem se mexer... eu achando que era caso perdido mesmo... de repente, ele levanta, olha bem pra nós, e sai correndo pelo meio do mato escuro... é mole? Ainda não sei se ele tinha sido atropelado mesmo, ou o que aconteceu - mas que a CPCA salvou o coitado, salvou (aqui tem a SPCA - society for the prevention of cruelty of animals; eu tenho a CPCA - cintia for the protection of cruelty of animals...)

1 comments:

Casal Gi e Nico said...

É engraçado como nos Estados Unidos vemos tantos bichos nas estradas. Fico pensando no que acontece por aqui. Afinal de contas, vivemos em um país tropical, teoricamente cheio de belezas naturais,o que inclui bichos. É bem verdade que atropelamos bichos nas estradas bem menores e que causam menos estragos aos que dirigem (tatus, capivaras). Mas tudo parece estar muito mais distante de nós. Talvez seja a síndrome da cidade grande... Ainda bem que existe as capivaras no fedorento Tietê para nos lembrar onde estamos...